sábado, 6 de agosto de 2011

Denominava-se assim

Denominava-se assim
Um pouco moleque. Um tanto imatura.
Uma mistura de pai e mãe.
Cabeça, madura, experiente.
Admirável. Postiça. Carente.
Um tanto cacete. Caralho.
As vezes lerda. Em outras bem rapidinha.
Ora boba. Ora fazida.
Ora cheia. Ora otimista.
E ela era assim. Um dilúvio de idéias. Uma enchente de positivismo. Um avião.
Uma serpente, se na água. Uma onça, se na selva.
Uma água viva. Um espinho.
Uma deusa. Uma Eva.
Um vinho derramado. Uma toalha suja. Uma roupa amarrotada.
Uma rainha. Uma rata avelhantada e piolhenta.
Um tanto pirata. Brinquedo de plástico.
Fogo que inspira. Água que consome. Ar que aborta.
Uma coisinha insignificante. Uma carta guardada num baú empoeirado.
Um diário de bordo. Uma página em branco.
Aquela que muitos desejam. Que poucos possuem. Mas, que todos respeitam.
Pelo estilo autêntico. Pela melodia desafinada.
Pelo pouco domínio. Pela cena principal.
Pela abstinência necessária.
Pela ousadia alavancada em combate.
Se denominava assim.
Seca. Cretina. Peçonhenta.
Silenciosa, mas apropriada.

2 comentários:

Anônimo disse...

Silenciosa mas necessária.

Anônimo disse...

.... Assim eh você, Fernanda!