quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Tem a janela. Tem aquela curtina imunda. Tem gente entrando, saindo. Tem gente na direção. No ônibus é assim. Tudo muito rápido. Um olhar, um sorriso e...
- A senhora quer sentar aqui?
- Oh! Obrigada. Posso me sentar ali na janela...
- Imagina. Senta aqui mesmo.
Aquelas mãos. Aquele rostinho de vovó que, na boa, se me olhar mais um pouco eu agarro, encho de beijo, esmago sem dó. Ela era tão pequena e magricela. Das unhas, tenho certeza, não recebem um balde de tinta há no mínimo uns seis meses. Talvez mais.
Eu quero ficar igual. Aquelas rugas no canto dos olhos, na boca. Leves rugas da idade. E aquelas mãos enrrugadinhas. Eu quero isso tudo, sim. Prum dia, caso me perguntem se a minha vida valeu a pena.
Chegar a uma idade mais avançada, é a prova da persistência, da vontade de viver. Ser vô e vó, ter uma idade pesadinha, é a prova de que há sonhos. É a prova de que se quer viver mais e melhor, talvez.
- É estudante?
- Não. Sou jornalista. (sorriso)
- (sorrisinho fofo). Jornalista. Da tevê?
- Não. De Jornal.
- Eu queria te ver na tevê.
- (risinhos) Eu também.
Risinhos, risinhos.
Ser idoso é olhar a vida de outra forma. É saber curtir cada pedacinho do dia intensamente e com positivismo. É encarar os problemas com naturalidade e segurança.
Eu tava com tanta vontade de saber sobre a vida daquela senhora. Queria perguntar tantas coisas. Queria pedir conselhos. Mas não pude. Algo prendia minha boca sem deixar que saíssem as palavras necessárias para montar uma frase.
Eu ficava a observando e olhando a paisagem que passava. Tava tão delicioso imaginar, que eu nem conseguia conversar.
Se soubesse aquela vovó de cabelos pretos e branquinho nas pontas. Se soubesse ela, que tinha um corpinho tão desprovido de carne. Se soubesse aquele olhar estrábico mas tão profundo. Se soubesse aquelas mãos. Se soubesse ela, como era linda. Como era uma preciosidade em meio a tanta pouca idade.
-Vai descer aqui?
- Sim. E, a senhora?
- Eu mais prá frente. (sorrisinho fofo)
- Então, tchau. Tudo de bom.
- Tchau. Prá senhora também.

domingo, 7 de agosto de 2011

Ridicular.

Tu já paraste para analisar a complexidade da palavra RIDÍCULO? Eu não. Confesso.
Mas de tanto escutar a minha mãe pelos cantos, dizendo que é ridículo..
-Isso é ridículo... é ridículo...
E ela põe em negrito a sua fala!
- Ridículo!
E prá causo de alguém não entender, ela soletra:
- R I D Í C U L O!
Bem, eu sinceramente não entendia o porquê dessa adoração pela palavra, mas comece a proferi-la que me entenderá...
A palavra quer dizer que ela se refere a algo grotesco, feio, nojento, odioso, podendo chegar até a ser cômico. Gostou né?
Claro que gostou, afinal, ridículo é a união de todos os adjetivos ridículos existentes. Tudo em uma única palavra. E notem como é agradável assentar ela na boca... é uma palavra quase violenta que nos lega uma cara de quem acaba de fazer um desabafo mental.
E haja coerência para tantas ridicularidades. Haja ridicularidades para que o gasto com a expressão seja louvado todo o santo dia!
Também devo admitir, sou muito ridícula quando creio que o universo todo está conspirando contra mim. Ora bolas! Ridículo... afinal, a gente até pode escolher o que semear, mas somos obrigados a colher..
Então, continuemos sendo ridicularizados, ridicularizando e ridiculamente certos quando bem empregamos esta palavrinha!

sábado, 6 de agosto de 2011

Denominava-se assim

Denominava-se assim
Um pouco moleque. Um tanto imatura.
Uma mistura de pai e mãe.
Cabeça, madura, experiente.
Admirável. Postiça. Carente.
Um tanto cacete. Caralho.
As vezes lerda. Em outras bem rapidinha.
Ora boba. Ora fazida.
Ora cheia. Ora otimista.
E ela era assim. Um dilúvio de idéias. Uma enchente de positivismo. Um avião.
Uma serpente, se na água. Uma onça, se na selva.
Uma água viva. Um espinho.
Uma deusa. Uma Eva.
Um vinho derramado. Uma toalha suja. Uma roupa amarrotada.
Uma rainha. Uma rata avelhantada e piolhenta.
Um tanto pirata. Brinquedo de plástico.
Fogo que inspira. Água que consome. Ar que aborta.
Uma coisinha insignificante. Uma carta guardada num baú empoeirado.
Um diário de bordo. Uma página em branco.
Aquela que muitos desejam. Que poucos possuem. Mas, que todos respeitam.
Pelo estilo autêntico. Pela melodia desafinada.
Pelo pouco domínio. Pela cena principal.
Pela abstinência necessária.
Pela ousadia alavancada em combate.
Se denominava assim.
Seca. Cretina. Peçonhenta.
Silenciosa, mas apropriada.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Pro sabor dos nossos sonhos não fugir...

Criticai-vos, os que tudo sabem
Alegrai-vos, os que tem a cura
Certificai-vos, os que jogam pedras
Curvai-vos, os que temem

Em frente e verso, demos as mãos
Sem festejo não tem graça
Sem canção não tem fábula
Sem sorriso não tem hora

Que ature, que espere, que agüente
Quem te disse que era hora de partir?

Em frente e verso, caminham alienados
Em som e imagem, rastejam os infames

Sem celebração, sem boleros, sem dentes
De A a Z, me ature se puder!

Vá embora antes que eu chore. Tenho frio.
Vou trancar-me para nunca mais abrir.
Pro sabor dos nossos sonhos não fugir.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Energizar

Palavras ditas. Ah! Como eu amo quando consigo falar todo o parágrafo ensaiado. Todinho, sabe? Falar é um santo remédio. De uns anos para cá, em casos de políticas mais graves, tenho escancarado o bocão e topado com o remédio pras minhas vigílias noturnas.
Ah! Como eu amo pessoas humildes. Não daquelas que, por exemplo, fazem de tudo prá contar que adquiriram isso ou aquilo, e depois largam: -Mas eu nem dou bola, continuo a mesma... ou -Mas um dia tu também vai conseguir..
Fala sério papagaio! Além disso falo o meu bom e velho português de uma forma que todos bem compreendem. Também sei gritar em português. E, se carecer “dou” uma choradinha, em português, claro.
Ainda uso ônibus. Sim, eu uso ônibus. Lotado, lotadinho de gente. (e algumas vezes os companheiros estão desprovidos de uma boa higiene)
Me afogo, ainda, quando não encontro definições leais para o turbilhão de idéias, amores, lembranças, choques, agonias, belezas, que sinto, para tudo que corre dentro de mim apenas em um segundo.
Me grudo, ainda, na minha medonha vida, atrevidiiinhaa... né safada?! E sou, sou tão extrema enluarada, que a noite, faço serenatas só para mim.
Me olho no espelho e gosto do que vejo. Outras, pergunto: -Quem é você, coisa feia? Volto a durmir, vem soninho, vem, vem.. Devolve minha beleza. Minha pele sem olheira, meu cabelo mais viçoso, meu olhar mais brilhante.
E minha alma resplandece em cheiro de flor.
Volto ao ônibus perfumosa. Volto ao meu português, concertado. Volto a minha rotina sem bagunça. Volto aos meu parágrafos pouco ensaiados. Volto a minha política correta. Volto a dança, com meus próprios passos.
Volto. Olho. “Me gosto e me protejo”. Eu, por mim só, arrumo, roubo, e às vezes, confesso, tenho pegado emprestado. No futuro, talvez, eu mesma arrende essa energia.
De uns anos para cá, aprendi. Potência, Fernanda. Potência.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

E tem dia que é assim...

Sem fazer ruído algum. Algazarra, tumulto, alvoroço. E tem dias que são assim.
Em que nem acordamos ainda e já sabemos. O dia será de uma quietude monstruosa.
Perguntas. Perguntas. Respostas rápidas, curtas, objetivas.
Pouco brilho no rosto. E a mocinha do mercado central caminha em paz.
E tem dia que é assim. Que caçamos uma paz tão intensa capaz de arruinar uma guerra.
E tem dia que é assim. Que todo e qualquer som aporrinha.
Que não queremos saber se o teu dia foi bom. Se ele está sendo bom. Ou, pior, o que precisa prá ele ficar bom.
Que não estamos nem aí pra coisa alguma. E, para esses dias, a melhor medicação para a tua cura é um concordar com tudo. Aham, aqui. Sim, ali. Concorde com tudo e verá a vida diferente. A sua, no caso.
Pensa comigo. Quando alguém impõe algo, tenta te alfinetar um pouquinho, te deixar prá baixo, o que ela está querendo é que você entre no jogo dela. Parece maluco, mas tudo o que ela quer é que você concorde com ela, certo? Errado.
O que ela quer mesmo é que você discorde. Afinal, do que valeriam as alfinetadas?
Então. Concorde sempre. E depois, volte ao seu silêncio. Aprenda a se escutar. Esse é um dos remédios para uma vida longa!
Concorda comigo?

Concorde que assistir televisão todo dia é um saco. E não assista. Nem os telejornais, querido.

Concorde que apreciar uma leitura todo dia é o cão. E não leia.
Concorde que concordar é o melhor remédio. E nunca , nunca discorde.

Para que brigas? Para que discussão? Não esta satisfeito? Te larga, ué!
Silencie enquanto pode. Leia menos. Ligue menos a sua televisão. Navegue menos na internet. Você não vai ficar empobrecido. Ás vezes parar no tempo, por um período, enriquece a alma.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pra você




Eu quero ser pra você
A alegria de uma chegada
Clarão trazendo o dia
Iluminando a sacada

Eu quero ser pra você
A confiança, o que te faz
Te faz sonhar todo dia
Sabendo que pode mais

Eu quero ser ao teu lado
Encontro inesperado
O arrepio de um beijo bom
Eu quero ser sua paz a melodia capaz
De fazer você dançar

Eu quero ser pra você
A lua iluminando o sol
Quero acordar todo dia
Pra te fazer todo o meu amor

Eu quero ser pra você
Braços abertos a te envolver
E a cada novo sorriso teu
Serei feliz por amar você

Se eu vivo pra você
Se eu canto pra você
Pra você

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Às mães vacas

Sim, elas existem e são vacas. Todas, ou boa parte delas são vacas. A minha mãe é vaca. A minha sogra é uma mãe vaca. E espero do fundo do coração que a tua também seja. Minhas tias são mães vacas. A minha vó também foi e é, mãe vaca.
E é a coisa mais linda ver o cuidado dessas mães com suas crias. A mãe vaca lambe, lambe e lambe. E lambendo vai aconselhando, orientando, puxando a orelha e dando uma palmada.
Lambendo, conta de novo suas preocupações com os filhos das amigas, com seus comportamentos estranhos, com os perigos das esquinas, das drogas, da AIDS, dos bandidos, dos seqüestros, dos acidentes de trânsito.
Ainda tem os ‘boa noite cinderela’, as boletas nas bebidas, as brigas nos fins das festas. E assim a baba da mãe vaca vai escorrendo em nossos ouvidos como meras preocupações de mães que assistem noticiários sensacionalistas, que escutam no rádio filhos de amigos sendo assassinados, que lêem no jornal o número assustador de mortes no trânsito.
Tenho orgulho de contar. Minha mãe é uma vaca! Ela me lambe, me protege, faz eu me sentir sua cria de verdade. Danem-se suas trezentas ligações por dia para saber como estamos. Danem-se as vergonhas passadas na frente do namorado quando começam a relatar fatos que queremos esquecer. Dane-se tudo o que um dia já recriminamos.
Mãe é um ser de Deus, abençoado. E abençoado seja quem tem, já teve ou ainda terá a sua mãezinha por perto. Tenho amigos que não tem mãe, mas tem um paizão-mãe. Outros, tem uma vó-mãe, tia-mãe, irmão-mãe. E tem aqueles ainda, que são sua própria mãe.
A todas as mães que lutam pelos filhos. A todas as mães vacas que os protegem. Que ainda rezam toda noite pedindo proteção. A todas as mães que pegam na mão de seu filho na hora de dormir e rezam o Anjo da Guarda. A todas as mães que não fazem isso, mas que zelam por eles. Aquelas mães que são chatas, grudentas, ciumentas, estabanadas, um pouco desleixadas.
Aquelas mães que olham por seus filhos lá do céu. Aquelas mães que viram seus filhos partirem antes delas. Aquelas mães que vendem biscoito na rua prá pagar o estudo pros filhos. Aquelas queridas mães que viram seus móveis sendo comercializados, mas lutaram para salvar seus filhos. Aquelas mães que chegam em casa quando os filhos já estão dormindo. Aquelas mães que deixam seus sonhos de lado para realizar o de seus filhos. Aquelas mães adolescentes que sentiram a dor do parto quando deveriam ainda estar brincando com as colegas. Aquelas mães que queriam tanto dizer um eu te amo, mas não conseguem. Aquelas que dizem, abraçam e choram quando preciso.
E ainda aquelas mães que não dormem até escutarem o barulho da porta abrindo às 6 horas da manhã. Parabéns!
Orgulhem-se de si. Orgulhem-se da família que construíram. Orgulhem-se por terem tido a coragem de assumir seu filho num Brasil onde os lixeiros servem de manjedouras.
Que essas mães vacas nos lambam e nos protejam. Que continuem dando furadas, fazendo a gente pagar alguns micos. Que continuem sendo abençoadas, porque enquanto existir uma mãe vaca por perto, todo caminho é mais iluminado e cheio de graça.

sábado, 30 de abril de 2011

A arte perfeita da vida.

Poderia ser tudo diferente. Poderia ser tudo ainda mais diferente.
Entre sabores, aromas. Entre tudo que faz bem ao ego. Entre uma esquina e outra. E mais outra ainda. Na chuva ou abaixo de tempo seco.
Podia ser meramente uma emboscada. Uma jogada. Cada um de um lado do mundo. De um lado do muro.
Você faminto, eu exausta. Você demente, eu absolutamente certa. Poderia ser tudo diferente, acredite.
Podia ser de almôndegas crocantes. Numa loja de eletrodomésticos. Num brechó distante do movimento ensurdecedor dos pássaros.
Podia ser pretextos, performances, romances. Podia ser a mais cruel das ficções. A mais severa das artes. A mais angustiante sinfonia. O mais amargo dos vinhos.
Mas tudo é perfeito, em toda plenitude da beleza.
Somos tudo o que há de bom. Somos todos aqueles pretextos, aqueles romances. Somos a arte perfeita da vida.
Você, magia, eu feitiço. E juntos, somos todo o encanto. Somos opostos iguais. Mas feitos da mesma linha da corda. Do mesmo contorno da linha. Da mesma grafia.
Somos geometricamente feitos sob o mesmo ângulo, desenhados com as mesmas curvas, sublinhados pelas mesmas cores. Somos, da alma, a mesma letra, o mesmo ritmo, a mesma cantiga.
Somos uma nota musical atrás da outra. Mesmos gestos, gostos e pensamentos. Um sorriso prá quando há choro. Um abraço, prá todo carinho. Um beijo, prá toda paixão. Um risco, prá poder seguir.
Somos juntos tudo o que devora. E juntos, encaixamos, disfarçamos, inclinamos, sonhamos. Juntos, invadimos e reciclamos tudo o que há por aqui. Juntos somos lua de mel. Podemos ser um exército e combater tudo o que nos faz mal.
Juntos somamos, dividimos e até multiplicamos. Juntos somos um só. Juntos, pertencemos a um só corpo, a uma só espécie, a uma só vida.
Juntos damos choques. Juntos guerreamos. Amamos. Sonhamos. Juntos somos o atalho para as longas estradas.
Juntos somos telhado. Somos campo. Somos bandeira.
Juntos somos janela. Somos vento frio. Somos cobertor quente.
Juntos somos fumaça, fogo, faísca. Juntos somos tudo o que poderia ter sido diferente e juntos, somos toda a diferença que poderia nunca ter existido. Porque acredite, poderia ter sido diferente.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Os grandes olhos brilhantes

Hoje dei um giro de 798 graus pela terra. Senti um calor que queima vindo daqueles grandes olhos claros, brilhantes e que sempre me cativaram.
Senti uma dor que nem era minha. Senti uma saudade que também não era minha. Senti o passar do tempo voando... Senti falta de ter mais tempo com aqueles filhos lindos que nem eram meus. Senti uma falta roubada de viver um segundo a mais com aquelas pessoas especiais. Senti vontade de velhas lembranças doloridas. Velhos sorrisos longos e verdadeiros.
Hoje percorri o mundo todo quando vi aqueles olhos gigantes cheios de lágrimas. Era como se um oceano tivesse mudado de habitat.
Senti declínios de diarréias sentimentais. Senti a brisa potente do gingado inerte de um velho compasso. Senti declarações, protestos, paralisações de amor travadas em batalhas que nem sei por que e onde começaram. Senti vontade de tomar prá mim todas aquelas dores, lágrimas, angústias, lembranças. Senti vontade de fazer parar de chorar aqueles grandes olhos brilhantes que escondiam-se já por detrás das lamentos internos.
Entendi o que de repente não era prá ser entendido, mas que só de olhar parecia que a gente até poderia mesmo entender. Que tola! E alguém realmente pode nos entender quando um turbilhão de coisas passam em nossa mente? Alguém realmente pode oferecer um abraço que acalme todo o nosso estado confuso?
Me causa até indigestão pensar que alguém pode ser tão altruísta a ponto de querer dividir devaneios reais. Cada qual de nós com seus carmas diários, carregamos o que sentimos no olhar. E quem quiser que nos contemple. Aprecie. Admire.
Ou que estenda o velho e empoeirado abraço, mesmo que seja apenas prá deixar as lágrimas caírem e todos os medos passarem de vez. E que aqueles lindos olhos brilhantes voltem a fazer o que de melhor fazem: Encher-nos de alegria a cada novo dia. A cada nova manhã. Se aqueles olhos soubessem como são importantes para o desenvolvimento de nossas vértebras criativas, voltariam a sorrir novamente!!!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Fernanda, pelo zodíaco

A mulher de Peixes, segundo o blog da linda jornalista e colega, Marcela Muttoni (Salivando)...
Isso.. é prá me conhecer um pouquinho mais... a quem interessar, claro.

A mulher de Peixes é conhecidíssima no zodíaco. São as mulheres à moda antiga, digamos assim. As mais femininas de todas, de uma forma que nem as librianas sabem ser. Se você procura a mulher para quem você puxa a cadeira, que pula nos seus braços quando sente medo e que olha pra você com toda a admiração que você viu poucas vezes na sua vida, então aqui está sua Chapeuzinho Vermelho. Proteje-a do lobo.
Ela é uma sonhadora, crente fervorosa no alter ego das pessoas que ama. Ela crê que o homem com quem está é capaz de protege-la de uma dúzia de perigosos bandidos que possam abordá-la numa rua obscura. E um toque de sua fé mágica acaba convencendo-o que sim, é possível. Ela é a mulher que muitos homens desejam, e acaba atraindo para si muitos dos olhares masculinos. Ela é isso... Nem mais, nem menos. Mulher na medida de uma mulher.
A amante de peixes é como retiro espiritual onde você recarrega suas energias. Ela é suave e torna as coisas suaves. Acalmam. E sem fazer força ou usar de artificios acabam atraindo os homens pela energia que emana. Dificilmente culpará você por tudo, será exigente ou egoísta. É tão boa que nem parece verdade. O que é interessante porque as piscianas também são conhecidas por serem esponjas humanas. Absorvem para si todos os problemas dos outros. Assumem, decidem cuidar deles. Certamenteque ela tem um bocado de problemas em sua vida e é bom que você não seja mais um deles. Elas são plácidas, mas vez ou outra (assim no susto do de vez em quando) ela abre firme suas guelras e esbraveja pra fora tudo que ela quiser...Porque é o direito dela depois de tanto tempo absorvendo tudo. Então, cuidado, uma hora seu peixinho vai pular pra fora do aquario se você abusar demais.
São sonhadoras e ex-tre-ma-men-te sentimentais. Quando se sente magoada é capaz de derramar rios inteiros de lágrimas. É o tipo da mulher que chora na DR. E pode acreditar que você vai se sentir um assassino de coelhos nessa hora achando que cometeu a maior maldade do mundo. Elas sabem como parecer frágeis. Bom, mas elas não são. De outra forma, como elas poderiam ter sobrevivido ao enxame de conflitos e atribulações que rondam sua vida? Elas são fortes porque continuam a nadar sempre, como um peixe.
São tímidas. Tímidas mesmo. Então vai dar um trabalho se você quiser pescar o seu peixe. Ela ficará acanhada de vir abocanhar a isca. Em casos mais extremos a pisciana fecha bem suas escamas, foge do cardume e começa a imaginar porque é assim tão só. No fundo, seu intenso desejo de fazer bem a todas as pessoas que ama, a faz crer que sua presença e suas vontades, de alguma forma, está pressionando, impondo, explorando ou se aproveitando dos outros, quando na verdade não é nada disso. Nessas horas é importante que seu amante seja alguém independente, firme e eloquente para colocar ordem no oceano pisciano.
Mas no fim dessa história a mulher de peixes sempre será aquela moça exalando feminilidade para todos os lados. A que passa com os olhos masculinos acompanhando, não seu porte, não sua beleza, apenas ela. Porque é difícil achar uma mulher que decidiu se assumir estritamente como mulher e o mínimo possivel de masculinidade. Ela não quer avançar, não quer corromper e nem muito menos trocar os papéis com seu namorado. Ela só precisa ser enlaçada por seu braço forte em troca de sua paz.
É um oceano particular. Tormenta e calmaria em curvas precisamente femininas.
Não deixe escapar essa mulher de suas mãos.